Ataque contra Síria é uma questão de tempo, mas EUA avisarão Rússia, opina analista

A tensão em torno da situação na Síria cresce a cada dia. Após o tweet polêmico de Trump, onde ele diz para que a Rússia se prepare e fala dos seus mísseis "bons, novos e inteligentes", o mundo inteiro está esperando pelo desenvolvimento da situação.
Sputnik

Para o analista militar sérvio Miroslav Lazanski, o ataque dos EUA contra a Síria é uma questão de tempo, mesmo levando em consideração que Washington não dispõe de provas do uso de armas químicas em Douma.

Segundo Lazanski, agora o presidente Trump simplesmente não tem outra opção, já que qualquer tentativa de evitar o "cenário de mísseis" será percebida como uma fraqueza e abalará sua posição em Washington.

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Por enquanto não está claro se Trump escolherá a opção de operação limitada (de acordo com o modelo do ataque contra a base de Shayrat) ou se realizará um ataque em massa contra vários objetivos para mostrar sua firmeza. O caráter do ataque também depende de até que ponto Washington considerará sérias as advertências de Moscou sobre inadmissibilidade de uma agressão contra a Síria.

Analista pressupõe que, em caso de ataque dos EUA contra a Síria, a Rússia use meios de guerra eletrônica contra mísseis estadunidenses e depois os intercepte.

"Contudo, acho eu, três ou quatro horas antes do ataque Washington avisará Moscou sobre os alvos para que Rússia possa evacuar seus cidadãos, o que significa que a Síria poderá fazer o mesmo", destacou.

Para além disso, de acordo com o analista, também não se pode chamar o exército sírio de "ingênuo": eles também se estão preparando e não ficarão de braços cruzados, mas sua defesa antiaérea pode não ser capaz de parar os mísseis americanos.

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O interlocutor da Sputnik Sérvia frisou ser pouco provável que a crise atual possa ser resolvida conforme o modelo da crise do Caribe, pois em 1962 havia um canal direto entre o irmão do presidente Kennedy e o embaixador da URSS.

"Hoje em dia, os contatos diplomáticos se limitam a coisas indispensáveis, mas Moscou e Washington declaram que as forças armadas de ambos os países têm uma linha de comunicação direta, mas no sentido político não existe essa linha", detalhou.

Aliás, perto de Trump não há ninguém que possa desempenhar o papel de "pomba da paz", como o fez Robert Kennedy na resolução da crise do Caribe. Vale destacar que os irmãos Kennedy contavam com mais prestígio que os atuais generais do Pentágono.

"Trump não tem essas capacidades e está cercado apenas por 'falcões'", opinou o analista, acrescentando que as preocupações relacionadas com o fato de a situação se tornar descontrolada são justificadas, mas espera que nada de sério aconteça, pois ninguém quer arriscar a possibilidade de uma guerra nuclear.

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