Revelados novos detalhes desconhecidos sobre ARA San Juan

O portal argentino Infobae revelou novos detalhes sobre o submarino desaparecido ARA San Juan. Segundo os documentos recém-descobertos, o navio não estava em condições de navegar.
Sputnik

Esses documentos deveriam impedir que o submarino zarpasse da base naval em 20 de outubro porque o sumário interno indicava que existiam certas anomalias por entrada de água no navio. Além disso, durante a sua viagem anterior de julho de 2017 o submarino já navegou com múltiplos defeitos, informou o colunista Andrés Klipphan.

Entretanto, essas observações, assim como depoimentos de testemunhas que certificam a entrada de água através do snorkel, são, em princípio, contrárias às supostas conclusões da comissão investigadora.

São reveladas imagens inéditas do ARA San Juan pouco antes de desaparecer (VÍDEO)
Essa comissão foi composta pelos almirantes Adolfo Trama, Alejandro Kenny e o capitão de navio Jorge Bergallo, pai de um dos 44 marinheiros do submarino desaparecido. Os três membros da comissão asseguraram que não encontraram falhas técnicas e mais tarde descartaram possíveis falhas de manutenção.

Enquanto isso, em 14 agosto de 2017 – 91 dias antes da tragédia – quando o comandante do navio, Pedro Martín Fernández, registrou supostamente os problemas com o navio e informou seu chefe que era perigoso para o ARA San Juan cumprir sua missão se aproximando dos barcos de pesca para realizar reconhecimentos fotográficos.

O marinheiro aludiu aos problemas que a tripulação teve durante sua operação anterior. Apesar dos avisos, a Marinha e o Ministério da Defesa supostamente autorizaram a missão seguinte do navio, que resultou ser a última para ele, sublinha o artigo.

Em seu relatório, o comandante Fernández indicou que o submarino sofreu uma falha total do sistema de propulsão. Além disso, durante a navegação, a água do mar entrou no ventilador através do snorkel.

Ainda há esperança de encontrar submarino argentino San Juan? Almirante russo responde
Entre outras infrações, o colunista do Infobae nomeou o fato de que a bordo havia um tripulante que carecia de preparação necessária. Era Damián Enrique Castillo, um representante da inteligência naval, responsável pela identificação das embarcações de pesca estrangeiras ou navios e aviões que poderiam operar nas ilhas Malvinas.

Segundo Klipphan, Castillo, supostamente, nem sequer tinha realizado o curso de submarinista.

Quanto aos problemas técnicos, mais uma prova das falhas mencionadas aparece nos testemunhos de Humberto René Vilte e Juan Gabriel Viana – dois tripulantes do ARA San Juan que foram obrigados a abandonar o navio no porto de Ushuaia e assim conseguiram salvar suas vidas.

Ambos os tripulantes destacaram os mesmos problemas que surgiram no relatório do comandante do navio, Pedro Martín Fernández, e as testemunhas provam que, mesmo detectadas, as falhas não foram resolvidas.

Juan Gabriel Viana concluiu que a tragédia se deveu a vários erros que poderiam ser tanto humanos como técnicos.

Comentar