Não há diabo? Editor italiano garante que Papa Francisco negou a existência do inferno

O mais famoso amigo ateísta do pontífice, Eugenio Scalfari, afirmou mais uma vez que o Papa Francisco negou a existência do inferno, ao mesmo tempo em que alegava que o religioso não acredita que as almas humanas sejam eternas.
Sputnik

"Sua Santidade, em nossa reunião anterior você me disse que nossa espécie desaparecerá em um certo momento e que Deus, ainda fora de sua força criativa, criará novas espécies. Você nunca falou comigo sobre as almas que morreram em pecado e eu vou para o inferno para sofrer por toda a eternidade. Você tem, no entanto, falado comigo de boas almas, admitido à contemplação de Deus. Mas e as almas ruins? Onde elas são punidas?", teria perguntado Scalfari durante o quinto encontro entre os dois, conforme citado pela CNS News.

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Scalfari, de 93 anos, foi o fundador do jornal italiano La Repubblica, publicação na qual o texto da suposta reunião foi publicado pela primeira vez nesta quinta-feira.

"Eles não são punidos, aqueles que se arrependem obtêm o perdão de Deus e entram no rango das almas que o contemplam, mas aqueles que não se arrependem e não podem ser perdoados desaparecem. Não há inferno, há o desaparecimento de almas pecaminosas", o papa Francisco supostamente respondeu.

Ambas as afirmações são contrárias aos princípios centrais do catolicismo: que a alma é eterna e que existe o inferno para punir os ímpios por negarem a palavra de Deus.

"O ensinamento da Igreja afirma a existência do inferno e sua eternidade. Imediatamente após a morte, as almas daqueles que morrem em estado de pecado mortal descem ao inferno, onde sofrem as penas do inferno, 'fogo eterno'", diz o catecismo. "A principal punição do inferno é a eterna separação de Deus, em quem o homem pode possuir a vida e a felicidade para as quais foi criado e pelo qual anseia".

A versão de Scalfari da conversa não é bem como o Vaticano se lembra disso, no entanto. A Igreja diz que enquanto os dois se encontraram, não houve entrevista.

"O que é relatado pelo autor no artigo [no La Repubblica] é o resultado de sua reconstrução, em que as palavras textuais pronunciadas pelo Papa [Francisco] não são citadas", disse um comunicado do Vaticano. "Nenhuma citação do artigo acima mencionado deve, portanto, ser considerada como uma transcrição fiel das palavras do Santo Padre".

Scalfari afirmou anteriormente que o Papa Francisco negou a existência do inferno em 2015. Houve uma controvérsia semelhante após uma reunião de novembro de 2013 entre os dois.

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"Se não houver palavras publicadas pela assessoria de imprensa da Santa Sé e não oficialmente confirmadas, o escritor assume total responsabilidade pelo que escreveu", disse Federico Lombardi, um ex-porta-voz do papa em 2014, citado pelo site CruxNow.

Além disso, o Papa Francisco se referiu publicamente à existência do inferno enquanto pedia aos mafiosos que abandonassem suas vidas de crime.

"Enquanto ainda há tempo, para que você não acabe no inferno. Isso é o que espera por você se você continuar nesse caminho", disse o pontífice, conforme citado pela Agência Católica de Notícias.

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