Mídia avalia capacidades de desdobramento rápido da OTAN em caso de guerra com Rússia

Apenas alguns milhares de militares da OTAN de um total de 1 milhão de efetivos estão preparados para um desdobramento rápido em caso de um conflito armado com a Rússia, comunica a mídia norte-americana, citando antigos e atuais funcionários da Aliança.
Sputnik

Os representantes do bloco frisam que quase todos os membros europeus da OTAN sofrem de problemas com a prontidão para o combate, escreve a edição Wall Street Journal. Por exemplo, a Grécia ou a Turquia mantêm exércitos grandes, mas não estão treinados para se instalarem em zonas de conflito no estrangeiro.

Assim, a Alemanha dispõe de forças blindadas e de artilharia significativas, mas os representantes do governo do país falam da escassez de equipamentos.

Esse 'pequeno' fator faz toda a diferença entre aviões russos e os da OTAN no Báltico
De acordo com o jornal, os EUA se manifestam pelo aumento da prontidão para combate e querem assegurar-se que ao menos 30 mil militares, 30 navios de combate e mais de 360 caças poderão alcançar o ponto necessário em 30 dias.

A edição, citando os funcionários, assinala que o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, apelou à OTAN para acelerar o processo de tomada de decisões, ampliar as capacidades de transferência das forças e assegurar-se que a Aliança tem forças para um desdobramento rápido.

Os representantes da OTAN estão discutindo a proposta de Washington. "Os altos funcionários sublinham o apoio geral à postura dos EUA, enquanto os aliados esperam alcançar um acordo antes da cimeira dos líderes em julho", escreve o jornal.

"A ideia consiste em… definir a prontidão de quais unidades deve ser reforçada", escreve a edição, citando o ex-funcionário da administração do ex-presidente Bill Clinton, Hans Binnendijk. Ao mesmo tempo, o ex-secretário-geral da OTAN, Alexander Veshbow, frisou que "as capacidades da OTAN para seu reforço ainda estão longe do desejado".

Ademais, o jornal destaca que nem o reforço proposto poderia ajudar em caso de uma "ofensiva maciça russa com uso de armas convencionais".

"Eles [reforços] serão provavelmente instalados no caso de tentativas de Moscou de ocupar gradualmente o território de um dos países aliados da OTAN. O pior cenário para a OTAN seria tal invasão acontecer quando os EUA enviarem as suas tropas de intervenção rápida para resolver a crise na Ásia", diz o autor do artigo.

Caso Skripal: OTAN declara apoio ao Reino Unido
Nesta terça-feira (27), o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, anunciou que a Aliança Atlântica decidiu reduzir de 30 para 20 o número de funcionários da missão permanente russa junto à OTAN como uma medida de resposta em relação ao envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal.

Já na quarta (28), as autoridades europeias apresentaram um plano de ação para aumentar a mobilidade militar no âmbito da UE e fora dela, destinado ao aumento do nível de interação entre os países-membros na transferência de forças e meios em caso de surgimento de situações de crise.

Mais cedo, foi comunicado que os países-membros da OTAN, devido às discordâncias com a Rússia em relação à Ucrânia, anunciaram um leque de medidas sobre a ampliação de atividades militares na Europa, inclusive o reforço das forças de intervenção rápida, aumento do contingente estadunidense, crescimento drástico do programa de treinamentos e patrulhamentos, bem como o aumento das despesas com a defesa. A Rússia, por sua vez, afirmou que se trata de um aumento inédito das atividades da OTAN perto das suas fronteiras.

Em outubro de 2018, os países-membros da OTAN realizarão manobras de grande escala perto das fronteiras da Rússia, envolvendo 45 mil efetivos, disse mais cedo o comandante do corpo de fuzileiros navais estadunidense, general Rober Neller.

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