LUCA dos nossos tempos: cientistas criam nova forma de vida

Cientistas da Universidade de Groningen, Holanda, criaram em laboratório uma nova forma de vida que partilha traços do último ancestral universal (LUCA, na sigla em inglês), o antepassado unicelular comum de todos os organismos da Terra.
Sputnik

O LUCA viveu no planeta há aproximadamente 3,5 ou 3,8 bilhões de anos. Os resultados do estudo foram publicados no jornal Science Alert, citado pelo RT

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O experimento contradiz a ideia que se tinha sobre o desaparecimento do LUCA, supostamente, devido à instabilidade de sua membrana celular, uma mistura de lípidos que teria levado à divisão de bactérias e arqueas, dois dos três domínios de vida no planeta. No entanto, o novo microrganismo criado em laboratório possui uma membrana mista de lípidos, tanto de bactérias como de arqueas, que, segundo cientistas, é estável.

Novo 'LUCA'

Acreditava-se que o LUCA se dividiu em dois por possuir uma estrutura instável. Segundo a versão comum, os dois tipos distintos de membranas lipídicas "conviveram" de maneira turbulenta no LUCA, originando bactérias e arqueas. Porém, o novo organismo criado pelos cientistas demonstra que, na realidade, estes dois tipos de membranas podem conviver de maneira estável no novo "LUCA".

Para recriar este organismo semelhante ao LUCA, cientistas holandeses utilizaram a edição de genes para transmitir os tipos de enzimas produtores de lípidos, de arqueas e de bactérias, à bactéria Escherichia coli. O experimento mostrou que no novo híbrido criado 30% dos fosfolípidos, próprias bactérias, tinham sido substituídas por outros que apenas se encontram nas membranas celulares das arqueas.

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