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Brasil deve sofrer novo corte em nota de crédito, afirma economista

O cenário fiscal brasileiro deve causar um novo rebaixamento da nota de crédito do país, afirma o professor do Instituto de Economia da Unicamp Francisco Lopreato.
Sputnik

Em janeiro, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) rebaixou a nota do Brasil para BB-, bem longe do selo de bom pagador. Já em fevereiro, foi a vez da agência Fitch também diminuir a nota brasileira pelo fracasso da tentativa do presidente Michel Temer (MDB) de aprovar a reforma da previdência. Em ambos casos, a situação das contas públicas foi apontada como fator preocupante.

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Agora, resta uma das grandes agências: a Moody's. Para Lopreato, o rebaixamento está chegando.

"O setor externo de balanço de pagamentos não está com problema, a inflação também não tem problemas, mas a situação fiscal está complicada e não é de hoje. E se esse Governo veio para tentar melhorar a situação das políticas fiscais, o que vimos é que acabou deteriorando ainda mais desde o impeachment de Dilma Roussef. Nós temos uma situação fiscal que é ruim e a perspectiva de mudança não é tão breve. Pelo contrário, se avizinha uma situação muito complicada para sustentar a PEC 95, do teto dos gastos", afirmou o professor da UNICAMP à Sputnik Brasil.

Nesta semana, ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, cumpre extensa agenda internacional. Ele já participou no Canadá de reuniões com empresários do setor de mineração e da abertura da Bolsa de Toronto. Já nesta terça-feira (6) viaja para Nova York para encontros com representantes do mercado financeiro e de grandes bancos e fundos de investimento como Citibank e JP Morgan.

Lopreato acredita que a viagem de Oliveira tem como objetivo tentar acalmar os representantes do mercado financeiro.

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O professor da UNICAMP também destaca que apesar da grande repercussão que um rebaixamento costuma ter, muitas vezes não há impacto significativo na economia para além do mercado financeiro. Ele lembra que em 2008, quando o Brasil recebeu grau de investimento da Standard & Poor's, não houve grandes alterações na economia nacional.

"O que essas agências fazem? No mercado financeiro mundial e globalizado, você tem muitos agentes com disponibilidade financeira de fazer aplicações ao redor do mundo. E alguns desses fundos [de investimento] não têm capacidades de fazer uma avaliação dos tomadores de crédito. Essas agências surgiram com o objetivo de fazer esse papel."

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