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‘Acordo entre acionistas dos EUA e Petrobras pode gerar avalanche de ações’

Começou nesta sexta-feira (23), nos Estados Unidos, uma audiência pública entre a Petrobras e acionistas americanos. O objetivo do encontro é acertar o pagamento de US$ 2,95 bilhões (9,56 bilhões de reais) com os investidores do país como compensação a prejuízos sofridos com a desvalorização das ações da estatal após as denúncias de corrupção.
Sputnik

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O pagamento tem como objetivo encerrar ações judiciais (class actions) movidas por grupos de acionistas. No entanto, para Fernando Siqueira, vice-presidente da Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras), a atitude da Petrobras de firmar um acordo pode gerar ainda mais ações.

"A Petrobras foi vítima de corrupção, ela não foi a geradora da corrupção. Então a empresa não tem culpa nenhuma da desvalorização das ações. Essa cobrança pode desencadear uma avalanche de ações em cima da companhia e ela inocentemente ser penalizada", disse Siqueira.

O engenheiro foi ainda mais além e culpou Pedro Parente, atual presidente da Petrobras e Henri Philippe Reichstul, presidente da Petrobras entre 1999 e 2001, pelo equívoco.

"O causador disso é o Pedro Parente, que em 2001 era presidente do conselho de administração, o órgão máximo da Petrobras e na gestão dele e do o Reichstul, venderam 36% das ações da Petrobras na bolsa de NY a US$ 5 bilhões e essas ações valiam mais de US$ 100 bi. Então o erro começou ao vender essas ações por um valor irrisório e agora esses acionistas estão entrando com ação contra a Petrobras", justificou.

Fernando Siqueira defende que a Petrobras não faça esse acordo. Segundo ele, a Petrobras deveria enfrentar as ações judiciais.

"A Petrobras teria que ir até o final dessa ação porque certamente ela tem como justificar que ela não foi causadora de prejuízo aos acionistas, e sim, foi uma vítima da corrupção, quando ela faz esse acordo ela acaba admitindo que ela tem culpa no cartório", alegou.

A empresa já anunciou que caso o acordo seja feito, o valor será dividido em três parcelas. As duas primeiras de US$ 983 milhões, e uma terceira de US$ 984 milhões.

 

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