Erdogan se cansa da OTAN e quer desenvolver tanques não tripulados turcos

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan instruiu a indústria de defesa do país a desenvolver um tanque não tripulado a ser produzido em casa e criticou a relutância dos países da OTAN em compartilhar tecnologia militar moderna com seus aliados em Ancara.
Sputnik

A Turquia espera projetar, produzir e implantar um tanque não tripulado para contornar uma lacuna tecnológica que os países da OTAN estão relutantes em preencher, afirmou o presidente Erdogan na quarta-feira, revelando os objetivos de desenvolvimento do país para o período entre 2019 a 2023.

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Ao louvar o nível atual de conquista técnica no setor de defesa, Erdogan destacou como o desenvolvimento da produção de drones aéreos domésticos, que foi motivada pela repetida recusa dos membros da OTAN de compartilhar a tecnologia com Ancara. O Alpagu, o Kargu e os drones militares Togan são apenas as últimas conquistas dos fabricantes de armas turcos.

"Nós temos nossos próprios veículos aéreos não tripulados agora. Durante anos, nós os queríamos de nosso parceiro estratégico. A resposta que recebemos foi: 'o Congresso não permite'. Você está dando isso a outros, não sou o seu parceiro estratégico, não estamos na OTAN, por que você não nos entrega?", perguntou Erdogan, observando que a aliança se recusou a alugar os veículos aéreos não tripulados para a Turquia. Essas rejeições "finalmente nos fez ter nossos próprios veículos aéreos não tripulados armados e desarmados", acrescentou Erdogan.

O próximo passo, acredita Erdogan, é desenvolver um tanque não tripulado que possa ser usado no campo de batalha para "salvar vidas". A Turquia perdeu vários soldados na Síria ao longo dos anos, devido à vulnerabilidade de seus tanques, principalmente alemães. Para piorar o problema, no mês passado a Alemanha decidiu atrasar a atualização dos tanques Leopard da Turquia na sequência da operação militar Ramo de Oliveira contra os curdos no noroeste da Síria.

"Quase todas as transportadoras blindadas em Afrin são produzidas no país", disse Erdogan. "Vamos levá-lo um passo adiante. Precisamos ser capazes de produzir tanques não tripulados e também faremos isso. Nós já estamos produzindo muitas armas", observou o presidente, de acordo com o site Hurriyet Daily News.

O objetivo de uma maior auto-suficiência na fabricação de armas não é novo para a Turquia. Erdogan, que quer que a Turquia entre os 10 maiores poderios econômicos mundiais nos próximos anos, está em busca de reforçar a indústria de defesa nacional e está investindo pesadamente nas maiores empresas de defesa da Turquia, incluindo Aselsan, Roketsan e as indústrias aeroespaciais turcas.

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Nos últimos 15 anos, o número de projetos de defesa aumentou para 600, totalizando US$ 60 bilhões, em comparação com apenas 66 projetos ativos em 2002. No geral, o orçamento da Turquia para projetos de defesa foi de US$ 5,5 bilhões em 2002, mas, em 2017, superou US$ 41 bilhões, comentou.

"Desenvolvemos nossa visão para 2023 de tornar a Turquia uma das 10 maiores economias do mundo no 100º aniversário da fundação da República turca", disse Erdogan. "Eu acredito que as nações, que são incapazes de planejar seu próprio futuro, são obrigadas a fazer parte dos planos dos outros".

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