Brasileiro vai votar até para o Parlamento do Mercosul

Proposta do deputado federal Celso Russomano (PRB-SP), atual presidente da Delegação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul), em tramitação na Câmara dos Deputados, propõe que os 39 parlamentares brasileiros na entidade sejam eleitos por voto direto.
Sputnik

Hoje, o Brasil tem direito a 75 representantes, entre deputados federais e senadores, no Parlasul, em Montevidéu. Na prática, contudo, a bancada brasileira conta com 28 deputados e 11 senadores. Pela proposta de Russomano, a renovação desse quadro se daria, uma vez aprovado em tempo hábil o projeto, por voto direto dos eleitores brasileiros já no pleito de outubro, para um mandato de quatro anos.

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Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, Russomano diz que dos quatro países do bloco (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), apenas Brasil e Uruguai ainda mantêm a escolha por voto indireto, e que a definição deve ocorrer obrigatoriamente até 2020. Para o parlamentar, a indicação de representantes pelo voto direto dará ao Parlasul maior peso e representatividade nas negociações com outros blocos econômicos, como o atualmente discutido com a União Europeia.

Russomano lembra que um dos pontos polêmicos da proposta era a criação de mais despesas aos cofres públicos. O projeto do parlamentar, porém, contornou esse empecilho, sugerindo que a remuneração dos parlamentares fosse bancada pelo fundo partidário a que as agremiações têm direito. A inclusão dos nomes dos candidatos ainda depende de aprovação da Justiça.

"Já pedi uma reunião com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ver se é possível, na eleição ainda desse ano, figurar nas urnas eletrônicas os nomes dos candidatos. O problema e que eles serão votados ou regional ou nacionalmente. A eleição seria em conjunto com todos os direitos (tempo de TV, apresentação de propostas)", diz Russomano, explicando que, uma vez eleito, o parlamentar não poderá ter dupla função, ou seja, ele terá que exercer o mandato no Parlasul em Montevidéu, sendo vedado a ele exercer função legislativa também no Brasil.

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