Especialista: EUA perdem na competição com Rússia no mercado latino-americano

O Pentágono alertou sobre "ameaça crítica" dos laços entre a Rússia e América Latina. Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, especialista em ciências políticas, Dmitry Burykh opinou que os EUA não conseguem aceitar a competição na região que consideram como seu "quintal".
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O chefe do Comando Sul norte-americano, Kurt Tidd declarou que as relações da Rússia com Cuba, Nicarágua e Venezuela poderiam representar uma ameaça para os EUA. 

"O crescente papel da Rússia no nosso hemisfério é muito preocupante, dada a sua inteligência e capacidade cibernética, bem como sua intenção de minar a estabilidade e a ordem internacional e desacreditar as instituições democráticas", disse Tidd perante um comitê do senado norte-americano.

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Acrescentou que, se não for controlada, a presença da Rússia poderia se tornar "uma ameaça crítica para os EUA".

Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, Dmitry Burykh, especialista em ciências políticas indicou várias declarações de Washington, em que revelam as preocupações sobre a expansão dos EUA no mercado latino-americano.

"Vamos recordar o discurso do [secretário do Estado, Rex] Tillerson na Universidade do Texas antes de sua visita à América Latina. De fato, ele qualificou a Rússia e China como potências 'imperialistas' com interesses 'destrutivos' — quer dizer, a Rússia vem representando uma ameaça devido ao crescimento de importações de armas russas à América Latina. Ou seja, ele disse que a cooperação técnica-militar entre a Rússia e os países da região representa ameaça para os EUA".

"As últimas declarações das autoridades norte-americanas evidenciam que os EUA não estão dispostos a aceitar a competição na região que eles consideram como seu 'quintal', e que eles aplicarão métodos para 'expulsar' a Rússia e a China do mercado onde eles se sentem plenos", assinalou.

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De acordo com o analista, nestas condições Washington não consegue sentir-se confortável. 

"Nos últimos 15 anos, a Rússia realmente vem aumentando os volumes da colaboração técnica-militar com a América Latina. Além de clientes tradicionais, apareceram novos: Argentina e Brasil […] Considerando isso, bem como o fato da China reforçar sua presença e parceria militar e técnica com a América Latina, Washington passa a sentir-se incomodada. EUA percebem que começam a perder na luta pela concorrência deste mercado bem complexo", ressaltou Dmitry Burykh. 

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