Mundo apoiaria um golpe militar na Venezuela, diz senador do partido de Trump

O senador republicano Marco Rubio pediu que as Forças Armadas venezuelanas se rebelem contra o governo de Nicolás Maduro, em uma série de tweets inflamatórios postados nesta sexta-feira, ecoando algo já endossado pelo secretário de Estado dos Estados Unidos.
Sputnik

"O mundo apoiaria as Forças Armadas em Venezuela, se decidissem proteger as pessoas e restaurar a democracia removendo um ditador", escreveu Rubio, senador pelo Estado da Flórida.

"Os soldados comem fora das latas de lixo e suas famílias ficam com fome na Venezuela, enquanto Maduro e seus amigos vivem como reis e bloqueiam a ajuda humanitária", continuou o republicano, que foi um dos derrotados nas primárias pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

"Quando a tirania se coloca, a rebelião é um direito. Bolívar".

Os tweets de Rubio vieram depois que o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, sugeriu na quinta-feira passada o apoio de um golpe de estado na Venezuela, bem como mais sanções, incluindo um embargo às valiosas exportações de petróleo da Venezuela.

A administração do Trump busca aumentar a pressão sobre o governo socialista do presidente Nicolás Maduro, na sequência de supostos abusos de direitos humanos contra dissidentes políticos no país.

Venezuela acusa EUA de interferência em eleições no país

"Na história da Venezuela e dos países da América do Sul, muitas vezes os militares são o agente da mudança quando as coisas são tão ruins e a liderança não pode mais servir às pessoas", disse Tillerson na Universidade do Texas, em Austin.

Respondendo às declarações de Tillerson, Jorge Arreaza, ministro venezuelano de Relações Exteriores, escreveu: "Nossa democracia soberana não obedece às pressões imperialistas, obedece a pessoas livres".

"O giro de Tillerson, aparte da confirmação de lealdades carnais com algumas elites governantes para D. Trump, não foi mais uma demonstração da obsessão e as ameaças contra a Venezuela. Nossa democracia soberana não obedece às pressões imperialistas, obedece a um povo livre", pontuou.

Já o ministro venezuelano da Defesa, Vladimir Padrino López, reafirmou esta semana em uma declaração de que as Forças Armadas Bolivarianas são leais a Maduro e não aceitarão "que nenhum governo ou poder estrangeiro intervenha em nosso país".

A Venezuela está programada para ter eleições presidenciais no dia 22 de abril, após a negociação da mediação entre o governo de Maduro e uma coalizão da oposição ter fracassado na quarta-feira.

Em janeiro, Rubio instou o presidente Donald Trump a adotar sanções contra Diosdado Cabello, importante aliado de Maduro. O senador da Flórida também apoia que a oposição boicote as eleições, que muitos países já adiantaram que não reconhecerão.

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