Rússia não pode ficar calma diante de sanções dos EUA, diz Lavrov

As sanções dos EUA impostas à Rússia são infundadas e sem sentido e não podem afetar a política externa implementada por Moscou, segundo afirmou o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, em entrevista publicada neste domingo (21) no jornal Kommersant.
Sputnik

Em agosto, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma lei com novo pacote de sanções contra a Rússia. A legislação obriga o secretário do Tesouro dos EUA a apresentar para consideração parlamentar um relatório descrevendo os potenciais efeitos de expandir as sanções incluindo a dívida soberana russa e a gama completa de produtos derivados dentro de 180 dias após a promulgação da lei.

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"Consideramos que as sanções são impostas absolutamente sem qualquer fundamento, assim como as razões por trás delas. Quanto aos objetivos que eles querem alcançar, nisso também são insensatos porque, durante os anos que se seguiram à introdução das sanções, seus autores poderiam ter visto que a Rússia é honesta, e a política aberta e construtiva não pode ser alterada por eles", disse Lavrov.

O diplomata russo acrescentou que a política externa russa se baseava nos interesses nacionais e não podia ser alterada devido à pressão externa.

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"[A política externa] É definida pelo presidente russo com base nos interesses que atendem às necessidades da nação russa. O fato de nossa política externa ter um amplo apoio em nossa sociedade é a melhor prova de que a tentativa de mudá-la pressionando nossa elite e certas empresas [com as sanções] não têm perspectivas", disse o ministro.

Respondendo a uma pergunta sobre a resposta da Rússia à possível introdução de novas sanções, o ministro disse que Moscou não procura nenhum tipo de enfrentamento.

"Este é um problema hipotético. Já dissemos repetidamente que não estamos à procura de nenhum confronto […] No entanto, não tendo absolutamente nenhum interesse em confronto, não podemos ficar calmos quando a Rússia está se tornando um alvo de diferentes punições, seja através de [influenciar] nossa propriedade, ou através das sanções", acrescentou Lavrov.

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