Fim do acordo nuclear com o Irã pode respingar na península da Coreia, alerta Lavrov

O potencial colapso do acordo nuclear com o Irã poderia criar um precedente perigoso e teria sérias consequências para o tenso confronto na península da Coreia, alertou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.
Sputnik

As tensões entre a Coreia do Norte e a comunidade internacional estão crescendo constantemente em relação ao programa de armas nucleares de Pyongyang. Uma situação já volátil foi ainda mais inflamada por retórica hostil e provocações militares do líder norte-coreano Kim Jong-un e do presidente dos EUA, Donald Trump.

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O caso com o Irã, cujo próprio programa nuclear também é visto com suspeita pelos EUA, foi apaziguado, até agora, pelo Plano Integrado Conjunto de Ação (JCPOA) — acordado em 2015 pelo Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha, o chamado P5 + 1.

"É evidente que o fracasso do Plano Integral Conjunto de Ação, especialmente por culpa de um dos participantes do grupo P5 + 1, se tornará um sinal alarmante para toda a arquitetura de segurança internacional, incluindo perspectivas de liquidação de O problema nuclear da península coreana ", disse Lavrov antes de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.

O ministro de Relações Exteriores da Rússia sublinhou que o desmantelamento da JCPOA prejudicará qualquer acordo feito com Pyongyang.

Na semana passada, Trump anunciou que iria renunciar às sanções econômicas contra o Irã, levantadas no âmbito do acordo da JCPOA, que viu a regressão do programa nuclear de Teerã em troca de uma redução das sanções. 

Lavrov afirmou já ter alertado os aliados europeus dos EUA, no entanto, que Washington ainda poderia se retirar do acordo se seus termos não fossem cumpridos. O presidente estadunidense Donald Trump anteriormente se referiu à JCPOA como o "pior negócio já feito".

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Na ONU, Lavrov reiterou a importância de buscar uma solução pacífica para a crise coreana. Ele apresentou novamente a estratégia de "duplo congelamento" proposta pela Rússia e pela China, na qual os EUA e seus aliados cessam grandes exercícios militares na região em troca de Pyongyang suspendendo seu programa de mísseis nucleares e balísticos.

"Reafirmamos a relevância do roteiro proposto pela Rússia e pela China no interesse de uma solução exclusivamente pacífica desse problema", afirmou.

Washington rejeitou consistentemente o plano. Tal posição foi mais uma vez reforçada em uma cúpula conjunta com o Canadá nesta semana, a qual propôs mais sanções contra Pyongyang. Em uma entrevista à Agência Reuters na quarta-feira, Trump disse que a ação militar ainda é uma opção.

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