3 passos indispensáveis para pôr fim à estratégia fracassada do Pentágono no Oriente Médio

Ultimamente, a crise nuclear norte-coreana tem recebido muita atenção por parte dos EUA e nem sequer se descarta a opção militar. Entretanto, antes de pensar em novas guerras, o país deveria abordar um outro assunto da sua política exterior que é o fracasso da estratégia estadunidense no Oriente Médio, assinala a mídia do país.
Sputnik

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Em um artigo para a edição The National Interest, o ex-militar e investigador superior do centro analítico Defense Priorities, Daniel L. Davis, considera que a situação no Oriente Médio é entendida de modo inadequado pelas autoridades estadunidenses.

Deste modo, a quantidade das tropas dos EUA instaladas no território afegão basta para prevenir a queda do governo e nada mais, enquanto Washington segue pretendendo pôr fim ao terrorismo na região. Ao manter lá sua presença militar, a administração de Trump simplesmente prorroga a mesma política inútil que se leva a cabo desde o ano de 2001.

Quanto a outro país da região, o Iraque, o secretário de Estado dos EUA, James Mattis, afirmou que, embora a coalizão internacional tivesse conseguido libertar todas as regiões iraquianas do grupo terrorista Daesh, proibido na Rússia e outros países, as zonas libertadas recentemente continuam sendo vulneráveis. Por isso, as forças estadunidenses continuam permanecendo no respectivo território.

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Por outro lado, o general norte-americano Joseph Votel afirmou que suas tropas ficariam na Síria "por um período indefinido" para prevenir o ressurgimento de agrupamentos terroristas e ajudar as milícias curdas e árabes locais a estabelecer o controle sobre o território.

Contudo, o colunista Daniel L. Davis expressou um certo ceticismo quanto ao assunto.

"Tendo experiência em prestar serviço de treinamento a um batalhão fronteiriço iraquiano, posso afirmar que os treinamentos nas zonas sírias governadas pelos milicianos não têm nenhuma possibilidade de prevenir nenhum ‘ressurgimento' e, muito menos, de ‘estabelecer controle'", indicou.

O colunista acrescentou que a presença militar no Iraque, na Síria e no Afeganistão nunca trará estabilidade à região e tampouco reforçará a segurança dos EUA.

A melhor maneira de preservar a vitalidade das Forças Armadas dos EUA é pôr fim às prolongadas missões fracassadas, conclui o autor.

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Ademais, ele apresenta uma série de medidas que Washington deveria tomar para acabar com estas falhas que requerem muito dinheiro e levam numerosas vidas humanas.

Primeiro, Davis propõe a retirada do Afeganistão. Segundo o militar, "os EUA devem advertir Kabul sobre a cessação da operação militar em um prazo determinado", por exemplo, uns 24 meses. Deste modo, o governo afegão teria bastante tempo para se preparar e assumir a responsabilidade pela segurança nacional.

Segundo, o autor sugere que a Casa Branca deva ordenar ao Pentágono para retirar todos os efetivos e todo o arsenal bélico dos EUA da Síria em um prazo de 90 dias.

Finalmente, o colunista considera vital que o presidente dos EUA solicite a preparação de um plano para a retirada de suas Forças Armadas do Iraque ao longo de seis meses.

Uma vez que estas etapas se finalizem, o analista se encarrega de refutar a ideia dominante que a retirada das tropas dos EUA "criaria um vácuo" e que surgiria um país oposto aos Estados Unidos que pretenderia preenchê-lo "colocando em perigo a segurança nacional dos EUA".

Em primeiro lugar, é difícil imaginar que algum país esteja disposto a assumir o cargo vago, escreve Davis. Além disso, é evidente que o caos não é um estado recentemente estabelecido no Oriente Médio. Pelo contrário, tal caos existia durante a era Reagan e existirá no futuro, enquanto a presença militar não melhora a situação, segundo o autor.

Em conclusão, o analista enfatiza que a atividade militar dos EUA no Oriente Médio é uma missão falhada e diz que as autoridades do país devem perceber isso e acabar com a política destrutiva das duas últimas décadas.

Caso contrário, os recursos financeiros e o potencial militar dos Estados Unidos irão se esgotando até que um dia o país não seja capaz de "enfrentar as ameaças reais".

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