Chancelaria russa: EUA planejariam destruir acordo nuclear com Irã

Moscou considera como extremamente negativas as últimas declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o futuro do acordo nuclear com o Irã, disse à Sputnik o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov.
Sputnik

Irã manda recado aos EUA e diz que acordo nuclear não é renegociável
"Consideramos extremamente negativas as decisões e declarações de Washington, as nossas piores previsões estão se tornando realidade", afirmou ele, comentando as declarações de Trump sobre o futuro do acordo nuclear conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês).

"Em minha opinião, os EUA planejariam destruir o JCPOA", disse ele, acrescentando que não faz sentido sobrestimar a decisão de Trump de adiar a imposição de novas sanções contra o Irã. De acordo com o diplomata, a Rússia fará tudo o que for possível para defender o acordo com o Irã e apela aos outros países que apoiam o JCPOA para fazerem o mesmo.

Além disso, as últimas declarações do presidente norte-americano põem em questão a capacidade dos EUA para cumprirem acordos internacionais, acrescentou Ryabkov.

"Tudo isso está reforçando a nossa convicção que, por um lado, a capacidade dos EUA para cumprirem acordos internacionais está posta cada vez mais em questão. Por outro lado, o arsenal de meios geopolíticos que Washington usa para resolver determinadas questões está encolhendo e está cada vez mais limitado às medidas de pressão e chantagem. É uma das tendências mais alarmantes na arena internacional", explicou o vice-chanceler.

Morde e assopra: Trump poupa acordo nuclear contra o Irã, mas impõe sanções humanitárias
Ontem (12), Donald Trump afirmou que prolonga o regime de levantamento das sanções no âmbito do acordo nuclear com o Irã pela última vez e exigiu que a UE participe da revisão do acordo, sublinhando que esta é a última oportunidade para introduzir alterações no JCPOA. Além disso, Trump chamou o Irã de principal patrocinador do terrorismo e declarou que planeja introduzir sanções duras pelo desenvolvimento e testes de mísseis balísticos por parte do Irã.

O Irã e o grupo P5 + 1 (China, França, Rússia, Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha) assinaram o JCPOA para garantir a natureza pacífica do programa nuclear do Irã em 14 de julho de 2015. Com este acordo, o Irã prometeu abster-se de desenvolver ou adquirir armas nucleares em troca do levantamento das sanções impostas contra o país.

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