Turquia acusa EUA por julgamentos politicamente motivados

Washington apresenta um desafio para Ankara, adotando decisões judiciais politicamente motivadas, como a condenação do vice-presidente do Halkbank Hakan Atilla, disse o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, nesta quarta-feira (10).
Sputnik

Em 4 de janeiro, o advogado dos EUA, Joon Kim, disse que um júri condenou  Atilla por unanimidade em um esquema para enviar bilhões de dólares ao Irã,  o que violaria as sanções dos EUA. Após a decisão, Ankara disse que a condenação do banqueiro era ilegal.

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"As instituições dos EUA, através de decisões politicamente motivadas, desafiam a Turquia. Eu categoricamente não respeito e desconfio das decisões do poder judicial americano, relacionadas ao, assim chamado, julgamento sobre a violação do embargo ", disse Erdogan em uma reunião do Conselho Judiciário turco, que foi transmitida pela emissora TRT.

O presidente turco acusou mais uma vez os Estados Unidos de proteger o clérigo islâmico Fethullah Gulen, que Ankara considera estar por detrás da tentativa de golpe militar de 2016.

"Nós insistimos na extradição desse terrorista, mas aqueles que o patrocinam, recusam. Enquanto isso, eles nos pediram para extraditar 12 terroristas, e nós os extraditamos. Depois enviamos 4.500 caixas com documentos sobre FETO [o movimento Gulen] para os Estados Unidos. Eles não têm respeito pelos direitos e leis ", acrescentou Erdogan.

Em março de 2017, as autoridades dos EUA detiveram Atilla por suspeita de fazer um acordo secreto destinado a enviar dinheiro ao Irã, violando assim as sanções contra Teerã. 

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O processo penal contra o banqueiro se baseou no testemunho de Reza Zarrab, um cidadão turco-iraniano que foi preso nos Estados Unidos em março de 2016 por suspeita de violar essas sanções e se declarou culpado em novembro. Ele colaborou com procuradores dos EUA e testemunhou contra Atilla, assim como Erdogan, dizendo que ele poderia estar ciente do acordo.

Em 15 de julho de 2016, uma tentativa de golpe militar ocorreu na Turquia, deixando mais de 240 pessoas mortas. Ankara acusa Fetullah Gulen, que vive nos Estados Unidos desde 1999, e seus seguidores, de terem orquestrado a tentativa. Gulen refuta as alegações.

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