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Movimentos sociais montam resistência à condenação de Lula

Diversos movimentos sociais anunciaram que estarão em Porto Alegre durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 24 de janeiro. Em entrevista exclusiva, o Senador Jorge Viana (PT-AC) comentou o assunto.
Sputnik

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) devem montar acampamento no Parque da Harmonia, localizado nos arredores do Tribunal Regional da 4ª Região, o TRF-4. 

Na semana passada, o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan (PSDB) pediu reforço do Exército e da Força Nacional para a capital gaúcha, alegando risco de desobediência civil e ao patrimônio público. O pedido foi negado pelo ministro da Defesa Raul Jungmann. 

Sobre o assunto, o senador do PT do Acre, Jorge Viana, falou à Sputnik nesta segunda-feira (8).

"Parece algo combinado. Um prefeito do PSDB, de Porto Alegre, inventa uma história de que vai ter ameaça à ordem pública, e tenta recorrer ao uso das Forças Armadas. No sentido de tentar sempre colocar uma situação que é completamente fora do real, tentando confundir a opinião pública".

Para a data de 24 de janeiro, está marcado o julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, em Curitiba, por corrupção e lavagem de dinheiro, a 9 anos e 6 meses de prisão. A condenação de 12 de julho de 2017 foi contestada pela defesa do ex-presidente, cujo recurso será julgado em segunda instância pelo TRF-4.

Para Jorge Viana houve uma celeridade fora do normal do TRF-4 durante o processo do recurso de Lula. Segundo o cálculo que vem sendo divulgado pela imprensa no Brasil, seria necessária a leitura de 2 mil páginas por hora para que o processo fosse apreciado no tempo em que está ocorrendo.

"Isso são fatos divulgados, inclusive por setores da grande imprensa que apoiam essa verdadeira caçada contra o presidente Lula, que apoiaram o impeachment sem crime de responsabilidade, mas que nem eles conseguem esconder. É um verdadeiro vexame para o judiciário brasileiro", afirmou o senador à Sputnik.

Questionado sobre uma possível candidatura de Dilma Rousseff a algum cargo nas próximas eleições, Jorge Viana despistou, dizendo que não, mas que ela tem pensado no assunto.

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Caso o recurso de Lula seja negado, é possível que ele não consiga se candidatar à  presidência, em 2018. A definição sobre isso, no entanto, só será conhecida após agosto deste ano. 

O senador concluiu a entrevista apontando que seu partido não pensa em recuar das manifestações durante o julgamento, e que apoia os movimentos que se mostram solidários ao ex-presidente.

"Nós vamos seguir fazendo os movimentos no sentido de mostrar solidariedade para ele, juntar a sociedade brasileira por justiça e denunciar esse esquema, esse jogo de cartas marcadas de que o presidente Lula está sendo vítima. É um absurdo, no século XXI, nos tempos que temos hoje, você ver um golpe sendo materializado com a conivência que vai de setores da Polícia Federal, a setores do Ministério Público e setores do Judiciário brasileiro", apontou.

Jorge Viana afirmou que o PT não pensa em um plano B para candidato à presidência. 

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