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Crise na Ucrânia e nova ordem mundial aproximam fim da hegemonia do dólar, diz analista

© iStock.com / Mphillips007EUA e dólar em queda
EUA e dólar em queda - Sputnik Brasil, 1920, 20.08.2023
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A crise ucraniana resultou em mudanças consideráveis na ordem econômica global, que podem acabar definitivamente com a hegemonia do dólar americano.
O economista Paul Craig Roberts discutiu com a Sputnik como será o mundo pós-dólar, e como isso afetará os americanos comuns.
Para o analista, os países do BRICS estão preparando a expansão do bloco, bem como uma nova infraestrutura econômica, expansão do comércio em moedas locais e ferramentas para reduzir o domínio dos EUA no sistema financeiro global.
A criação de uma moeda comum do BRICS poderia fortalecer a posição do bloco nos assuntos mundiais.
Vale ressaltar que a cúpula do BRICS ocorre em meio a uma série de notícias recentes sobre os esforços de diversos países para encontrar alternativas ao dólar no comércio, bem como em um momento em que os países do Sul Global se recusam a seguir a onda de sanções contra a Rússia e outros países que não seguem as ordens do Ocidente.
"O problema com o dólar ocorre há tempos. Acredito que, para compreender os tipos de problemas que os EUA provavelmente enfrentarão em um futuro próximo, precisamos entender o que está acontecendo de errado com a economia americana e como o dólar pode sofrer uma séria perda de valor", afirmou Paul Craig Roberts.
Segundo o analista, este será um problema pertinente para os EUA e o resto do mundo.
Recordando a história do dólar, o analista observou que a moeda de reserva mundial americana sempre foi conhecida por seu poder de criar dinheiro e dívida do nada, além de facilitar políticas econômicas que nenhum outro país poderia se dar ao luxo de seguir.
Craig também destaca que sempre há financiamento para os déficits orçamentários e comerciais dos EUA porque os dólares são reservas e os países os usam para resolver suas diferenças comerciais.
"Claro, [como] a economia mundial cresce lentamente ao longo do tempo, os valores se tornam maiores. Portanto, nunca houve problemas com o financiamento da dívida dos EUA, bem como com o déficit orçamentário ou comercial", explicou.
Ele também destaca que, com a imposição de sanções americanas à Rússia e outros países, além da tendência dessas sanções se expandirem e serem aplicadas em qualquer lugar, isso fez com que outros países entendam o risco de manter suas reservas em dólares, já que estão sob o controle dos americanos e, se não cumprirem os desejos ocidentais, poderão ter suas reservas confiscadas.
"Assim, vemos um afastamento do uso do dólar como moeda de reserva. Vemos países focados em manter suas reservas em ouro e nas moedas de seus parceiros comerciais [...] É uma mudança que já está acontecendo", destacou.
Ou seja, o desejo americano de usar sua moeda como arma contra a Rússia e outros países que não seguem suas doutrinas fez com que o mundo abrisse os olhos para a "armadilha do dólar americano", que pode ser usado como forma de "chantagem política" ou "instrumento de pressão" para que os países cumpram as vontades do governo americano.
Roberts acredita que o "objetivo principal" do establishment neoconservador encarregado da política externa dos EUA é simples: "impedir a ascensão de qualquer país que possa servir de restrição ao unilateralismo americano".
O analista reiterou que o mundo moderno não precisa de moedas de reserva, seja o dólar ou uma alternativa, porque, ao contrário do que aconteceu após a Segunda Guerra Mundial, as principais nações são suficientemente fortes economicamente para funcionarem sem tal moeda.
Em vez de tentar manter o status do dólar, diz o economista, as autoridades americanas acabaram assustando os países.
"Os erros americanos são catastróficos. Não se pode cometer esse tipo de erro e sobreviver com uma economia viável. Esse é o problema dos EUA", enfatizou.
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