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Legislador da Alemanha diz que Berlim foi privada de 'escolher entre o gás russo e o dos EUA'

© AP PhotoTécnico trabalha em estação de compressão de gás natural no leste da Alemanha
Técnico trabalha em estação de compressão de gás natural no leste da Alemanha - Sputnik Brasil, 1920, 26.03.2023
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Os ataques ao Nord Stream estão forçando a Alemanha a substituir sua dependência do gás russo pelo gás norte-americano mais caro e prejudicial, disse Andrej Hunko, membro do Comitê de Política Internacional do parlamento alemão (Bundestag). Em suas palavras, a sabotagem fazia parte de uma guerra econômica travada pelos EUA.
Andrej Hunko lembrou que a Alemanha costumava obter gás natural mais barato da Rússia por meio dos dois gasodutos, mas devido à sabotagem contra o Nord Stream (Corrente do Norte), essa opção não está mais disponível. Por outro lado, sublinhou o político, "agora recebemos muito gás dos Estados Unidos, gás natural liquefeito [GNL], que é muito mais caro e pior do ponto de vista ambiental".

"A dependência do gás russo agora se tornou uma dependência do gás dos EUA, o que também é um problema. A Alemanha foi privada da possibilidade de escolher qual gás é melhor, mais barato e qual é melhor do ponto de vista ambiental", disse Hunko ao Global Times.

De acordo com Hunko, o comitê está debatendo se os gasodutos Nord Stream podem ser reparados, mas de qualquer forma agora não há essa possibilidade. O legislador acrescentou que a sabotagem dos gasodutos é uma espécie de guerra econômica não só contra a Alemanha, mas também contra a União Europeia (UE), e que a disposição dos órgãos da comunidade política em investigar o crime foi ainda pior do que em Berlim.
"Quem se beneficia com isso? Está claro. Predominam os países que exportam gás para a Alemanha, principalmente os Estados Unidos", disse Hunko.
No entanto, o legislador explicou que isto significa não só um aumento do preço do gás para a população alemã, mas também um problema para a indústria nacional, uma vez que o modelo econômico do país depende em grande medida de preços baixos da energia, mão-de-obra altamente qualificada e exportações.
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"E quando os preços da energia sobem assim, as grandes empresas não estão mais tão interessadas em ficar na Alemanha. Agora algumas estão se mudando para os EUA. É uma espécie de competição econômica entre EUA, Alemanha e Europa", acrescentou.
Em um contexto de rejeição das entregas de gás russo devido à operação militar especial na Ucrânia, o governo alemão está promovendo ativamente a construção de terminais de recepção de importação de GNL. Eles consistem principalmente em navios e infraestrutura em terra e podem ser colocados em funcionamento mais rapidamente do que os terminais fixos. Um total de 11 terminais de GNL deverão estar em operação até 2026, três deles estacionários.
No entanto, o custo dos terminais flutuantes de GNL a serem construídos na Alemanha mais do que triplicou para € 10 bilhões (cerca de R$ 56,3 bilhões) até dezembro de 2022. De acordo com o Ministério da Economia, este é o "valor máximo de custos antecipados que podem ocorrer entre 2022 e 2038".
Entretanto, apesar da necessidade das empresas de energia russas, os EUA e a UE promoveram sanções contra o gás e o petróleo de Moscou, cancelando o início das operações do gasoduto Nord Stream 2, que facilitaria a distribuição desta energia para a Europa e até permitiria que países como a Alemanha vendessem gás. Outro obstáculo foram os ataques ao Nord Stream 1, que a Procuradoria-Geral da Rússia nomeou o caso como terrorismo internacional.
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