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Eleições 2022
Notícias e análises sobre as eleições gerais no Brasil em 2022. Acompanhe aqui todos os destaques envolvendo a acirrada disputa pela preferência do eleitorado brasileiro.

Como chegam os candidatos para a disputa do 1° turno da eleição presidencial?

© RICARDO STUCKERTO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no lançamento do movimento Vamos Juntos pelo Brasil, em São Paulo, com Janja Silva (à esquerda), mulher de Lula, Gleisi Hoffmann (à direita), presidente nacional do PT, e lideranças políticas
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no lançamento do movimento Vamos Juntos pelo Brasil, em São Paulo, com Janja Silva (à esquerda), mulher de Lula, Gleisi Hoffmann (à direita), presidente nacional do PT, e lideranças políticas - Sputnik Brasil, 1920, 01.10.2022
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Faltando menos de 24 horas para a abertura das urnas nas eleições deste ano, a grande dúvida que permanece é se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencerá em primeiro turno ou se o presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguirá avançar contra ele em um eventual segundo turno.
Essa é a avaliação que faz o cientista político Rodrigo Silva Marques, professor da Universidade da Amazônia (Unama) e doutor em ciência política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em entrevista à Sputnik Brasil.
Para Marques, o cenário apontado pelas pesquisas eleitorais, de uma polarização entre Lula e Bolsonaro, é evidente e deve se confirmar nas urnas no domingo (2).

"Nunca tivemos um cenário de polarização tão grande e tão desenhado. A gente trabalha com duas possibilidades: Lula ganhando no primeiro turno ou Lula e Bolsonaro no segundo turno", avalia.

Segundo ele, Lula é o favorito na disputa desde que sua candidatura foi viabilizada, no meio do ano passado. O ex-presidente voltou a ser elegível após o Supremo Tribunal Federal (STF) anular todas as condenações que pesavam contra ele por considerar que o ex-juiz Sergio Moro foi parcial na condução dos processos.
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Diante do que foi apresentado pelas pesquisas e pelo cenário que observa, Marques acredita que há possibilidade de o ex-presidente garantir seu retorno ao Palácio do Planalto já no primeiro turno.

"Há um favoritismo de Lula desde o início da campanha, e eu diria mais, desde que a candidatura dele foi viabilizada", afirma o especialista.

O professor destaca que os principais institutos de pesquisa apontam essa vantagem do ex-mandatário. Levantamentos divulgados pelo Atlas Político, pelo Datafolha e pelo Ipec nos últimos dias estão entre os que cravam vitória do ex-presidente em primeiro turno.

"Os institutos principais vêm indicando tendências, indicando caminhos. É claro que as urnas trarão o resultado oficial, mas há sim essa possibilidade [de vitória de Lula em primeiro turno] e a gente pode confiar nas pesquisas como uma fonte a mais de informação", defende.

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Marques aponta ainda que, se a disputa for para o segundo turno, Lula segue como favorito, apesar das expectativas do governo de que uma melhora na economia possa deixar a disputa mais acirrada.

"Vejo ainda um grande favoritismo de Lula por alguns aspectos. Primeiro, pela diferença que foi aberta entre os candidatos. O Datafolha, por exemplo, indica [uma vantagem de] 15 pontos percentuais [de Lula para Bolsonaro], 54% a 39%. [Segundo, por] uma rede de apoio, os eleitores de Ciro Gomes [PDT] e Simone Tebet [MDB] devem migrar mais para Lula do que para Bolsonaro. E outro aspecto que vale observar é a rejeição. Segundo dados do Datafolha, a rejeição de Bolsonaro é de 52% e a de Lula é de 39%. [...] Lula também está na frente nos três maiores colégios eleitorais [São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro]", explica.

Quanto aos eventuais apoios no segundo turno, o pesquisador aposta que Ciro Gomes não deve declarar apoio oficialmente a nenhum dos candidatos, apesar de enxergar uma tendência de migração dos eleitores para Lula. Quanto a Simone Tebet, ele acredita que não é possível cravar qual será o posicionamento da candidata, mas entende que a senadora emedebista deve fazer questionamentos mais fortes a Bolsonaro.
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Questionado sobre a possibilidade de alguma surpresa nas urnas, Marques disse enxergá-la como "improvável". "Teria que haver uma mudança muito grande no cenário. A distância [nas pesquisas] é muito grande", disse.
O especialista destaca que foram feitas algumas tentativas de quebrar essa polarização e citou as candidaturas de Tebet e Soraya Thronicke (União), além dos intentos fracassados de Moro (União), do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (União), de João Doria (PSDB), ex-governador de São Paulo, e de Eduardo Leite (PSDB), ex-governador do Rio Grande do Sul. "Nenhuma dessas candidaturas prosperou", disse.
Marques enxerga mais diferenças do que semelhanças entre as eleições de 2018 e 2022. Apesar da polarização e dos sentimentos de "anti" (antipetismo e antibolsonarismo), há uma mudança na forma como as instituições lidam com as fake news, uma fragilidade maior nas candidaturas de "terceira via" e a pandemia da COVID-19 como fatores.

"Nós tivemos a questão da pandemia, que mudou. Mesmo que a gente não esteja vivenciando um período mais doloroso neste momento, as posturas do presidente da República diante do cenário geram uma memória negativa em torno dele. Muitas famílias perderam entes queridos."

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