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Putin sobre possível teto de preço aos recursos energéticos russos: 'Mais uma bobagem'

© Sputnik / Aleksei DanichevPresidente russo, Vladimir Putin, durante a sessão plenária do Fórum Econômico do Oriente, 7 de setembro de 2022
Presidente russo, Vladimir Putin, durante a sessão plenária do Fórum Econômico do Oriente, 7 de setembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 07.09.2022
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Durante a sessão plenária do Fórum Econômico do Oriente, nesta quarta-feira (7), o presidente russo, Vladimir Putin, constatou que o Ocidente quer impor seus padrões de comportamento, mas agora o domínio dos EUA está se desvanecendo na política mundial.
De acordo com o mandatário russo, no sistema das relações internacionais ocorreram mudanças tectônicas, os países da Ásia-Pacífico se tornaram centros do crescimento tecnológico.
A falta de desejo de outros países de cumprir as regras ocidentais faz com que o Ocidente tome decisões imprudentes, afirma Vladimir Putin.
Em nome da chamada união do Ocidente, aponta o líder russo, tudo está sendo sacrificado, o resultado é que as empresas são privadas de recursos energéticos e acabam por fechar.
O presidente apontou que foram os Estados Unidos que minaram as bases da ordem econômica mundial: "Ao perseguirem seus interesses, os EUA nunca se restringem em nada e não hesitem em fazer tudo para atingir seus objetivos".
Segundo Putin, a confiança no dólar e na libra esterlina se perdeu, até os aliados dos norte-americanos estão reduzindo seus ativos em dólar, e a Rússia também está desistindo de usar essas moedas.
A enorme inflação global está sendo fomentada pela posição míope do Ocidente. De acordo com os dados do mandatário russo, a inflação nos EUA já superou os 8%. Na Rússia, está acima de 14%, mas observa-se uma tendência de redução e no próximo ano deve atingir os valores previstos.
No que se refere ao problema dos alimentos, o presidente ressaltou que a Rússia fez tudo para que os grãos ucranianos tenham sido retirados dos portos e os interesses dos países que enfrentam a fome sejam atendidos. Mesmo assim, já 345 milhões de pessoas no mundo sofrem uma falta de produtos alimentícios, isto é 2,5 vezes mais do que no ano de 2019.
Conforme Vladimir Putin, os países mais pobres estão perdendo o acesso aos produtos alimentares de primeira necessidade porque os Estados desenvolvidos os compram. Quase todos os grãos que saíram da Ucrânia foram encaminhados não aos países emergentes, mas para a UE: "Os países europeus continuam agindo como colonizadores, enganando mais uma vez os países em desenvolvimento".
Conforme está previsto pelo Programa Alimentar Mundial da ONU, apenas duas embarcações de 87 carregando grãos foram entregues para os países mais pobres. Neste contexto, Putin prometeu falar com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e discutir a possibilidade de reduzir a retirada de grãos ucranianos que vão para o Ocidente: se os grãos forem retirados e enviados apenas para os países ocidentais, o mundo está condenado a enormes problemas e uma catástrofe humanitária, disse.
Putin afirmou que a situação econômica na Rússia se estabilizou, embora permaneçam problemas, principalmente relacionados com as importações. Mesmo assim, a Rússia sempre defenderá seus interesses nacionais, desenvolve uma política independente e aprecia estes mesmos valores nos parceiros.
Segundo ele, a maioria dos países da Ásia-Pacífico não aceita "a política destruidora de sanções". Mais do que isso, a economia dos países asiáticos está crescendo mais rapidamente que a dos ocidentais e esta tendência permanecerá no futuro.
O líder russo também comentou a operação militar especial na Ucrânia: "Estou certo de que não perdemos nada e não perderemos. O ganho principal é o fortalecimento de nossa soberania, e isso é o resultado inevitável do que acontece agora".

Nas palavras de Putin, há uma "certa polarização" tanto no mundo como dentro da Rússia em relação à operação. "Mas acredito que isso só nos beneficiará, porque tudo o que é desnecessário, temporário e aquilo que nos impediu de avançar será descartado, ganharemos ímpeto, ritmo de desenvolvimento. Porque o desenvolvimento moderno só pode ser baseado na soberania", resumiu o presidente.

Além disso, Vladimir Putin comentou as tentativas de impor um limite aos preços dos recursos energéticos russos:
"Mais uma bobagem absurda, que levará a uma alta ainda maior [dos preços] nos mercados mundiais, inclusive na Europa. Na economia e comércio mundiais nada pode ser resolvido por via administrativa", constatou.
A Polônia e a Ucrânia fecharam elas próprias o gasoduto, a decisão é delas, disse Putin comentando as acusações de que a Rússia estaria recorrendo a uma política de "chantagem de gás".

"Agora o Nord Stream está praticamente fechado. Todos dizem: a Rússia utiliza a energia como arma. É mais uma bobagem. Que armas estamos usando? Fornecemos tanto quanto nossos parceiros precisam, quantos pedidos são feitos, nós os cumprimos", afirmou.

O mandatário russo revelou também que o gasoduto Força da Sibéria está funcionando com a capacidade total, estando também outras rotas sendo estudadas, por exemplo, o fornecimento de recursos energéticos à China através da Mongólia.
Ao falar sobre a resposta às restrições de vistos por parte da UE, o líder russo afirmou que a Rússia não permitirá que ninguém lhe imponha decisões, agirá no seu próprio interesse e não pretende limitar ninguém em termos de vistos.

"Estamos interessados em que os jovens venham e estudem aqui, estamos interessados em que as empresas venham e trabalhem aqui, apesar de todas as restrições". Atletas, artistas - para quê os restringir? Nós mesmos não vamos cortar esses contatos. E aqueles que fazem isso não estão nos isolando, mas a eles mesmos", ressaltou.

Na usina nuclear de Zaporozhie não há equipamento militar da Rússia, disse o presidente russo, após um relatório da AIEA afirmar que esse equipamento devia ser retirado. As armas usadas nos combates estão longe o suficiente do perímetro da usina atômica, afirmou o presidente.

O Fórum Econômico do Oriente está decorrendo em Vladivostok, na parte oriental da Rússia, de 5 a 8 de setembro. A agência Sputnik é o principal parceiro de informação do evento.
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