De acordo com o jornal, foram as negociações face a face de mais alto nível entre o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) e a administração Biden.
A mídia escreve que a CIA se recusou a fazer comentários sobre o assunto, mas indica que o encontro alegadamente esteve focado no iminente prazo limite para os militares dos EUA evacuarem os cidadãos americanos e afegãos que colaboraram com forças dos Estados Unidos e da OTAN.
Abdul Ghani Baradar, amigo próximo do ex-líder do Talibã Muhammad Omar, foi o principal negociador do grupo nas negociações de paz com os Estados Unidos desde sua liberação da prisão no Paquistão em 2018.
Essas negociações resultaram no acordo com a administração Trump sobre a retirada de tropas americanas do Afeganistão. Acredita-se que Baradar tem uma influência significativa sobre o Talibã. Ele combateu contra o Exército soviético nos anos 1980 e foi governador de várias províncias nos anos 1990, quanto o grupo militante governava o Afeganistão.
A informação surgiu em meio aos esforços desesperados dos EUA e de seus aliados na Aliança Atlântica de evacuar afegãos. Os líderes do G7 têm pressionado o presidente Joe Biden para que ele adie a retirada das tropas do Afeganistão para além do prazo de 31 de agosto acordado com o movimento.
Recentemente, o Talibã advertiu contra um eventual atraso da saída das tropas americanas, prometendo "consequências" em caso de violação do acordo.
Talibã adverte que, se EUA estenderem o prazo de retirada das tropas, isso significa o prolongamento da "ocupação" do Afeganistão e "haverá consequências"https://t.co/dgf0Fxcg83
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) August 23, 2021
Apesar da firme oposição do grupo, o presidente Joe Biden disse que as tropas americanas podem ficar no Afeganistão além do prazo, a fim de apoiar a evacuação de cidadãos americanos e afegãos. No entanto, ele avisou que o processo será "duro e doloroso" e não "sem risco de perdas".
"Não se enganem: esta missão de evacuação é perigosa. Ela envolve riscos para nossas forças armadas e está sendo conduzida sob circunstâncias difíceis. Não posso prometer qual será o resultado final", disse o democrata no final de semana passado.
Na segunda-feira (23), antes de ser conhecida a informação sobre o encontro secreto, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, foi questionado sobre a razão pela qual altos funcionários dos EUA não tinham se engajado com Baradar, levando em consideração a situação no Afeganistão.
Ele respondeu que "nossas discussões com o Talibã têm sido operacionais, táticas, elas têm se focado principalmente em nossas operações e metas de curto prazo [...] o que está acontecendo agora no aeroporto [...] é nisso que estamos focados no momento".