Realizados na quarta-feira (13), os ataques noturnos israelenses contra depósitos de armas e posições militares na Síria mataram 14 soldados sírios, 16 combatentes de milícia iraquiana e 11 membros afegãos da Brigada Fatimid, que é pró-Irã. Sobre os restantes 16 mortos, ainda nada se sabe sobre suas nacionalidades, informa o The Guardian.
"Este é o número de mortes mais elevado resultante de ataques de Israel à Síria", declarou Rami Abdul Rahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, citado pela mídia britânica.
Na quarta-feira (13), a agência estatal síria SANA relatou que "o inimigo israelense conduziu ataque aéreo na cidade de Deir ez-Zor e na região de Al-Bukamal", e acrescentou que "os resultados da agressão estão sendo verificados". Já do lado de Israel, um porta-voz do Exército israelense se recusou a comentar o assunto.
Faz menos de uma semana desde a última onda de ataques israelenses na Síria. Na quinta-feira (7), Israel lançou ataque aéreo a posições no sul e na periferia sul de Damasco, matando três combatentes pró-Irã.
Na verdade, Israel realiza ataques frequentes na Síria, principalmente contra alvos ligados ao Irã, justificando ser uma tentativa de impedir que o seu arqui-inimigo consolide um ponto de apoio em sua fronteira norte.
O governo de Donald Trump, que deverá ceder lugar a Joe Biden em 20 de janeiro, apoiou fortemente o governo de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense.
"Nos últimos dias do governo Trump, Netanyahu está tentando causar o máximo de danos possíveis aos esforços do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica [IRGC, na sigla em inglês] na Síria antes que Biden tome posse", afirmou Nicholas Heras, do Instituto de Estudos da Guerra, citado pelo jornal.
Israel tem conduzido centenas de ataques aéreos e com mísseis contra a Síria desde o início da guerra civil no país em 2011, tendo como alvo as forças iranianas e libanesas do grupo Hezbollah, bem como as forças do governo sírio.
Vale relembrar que, até hoje, a guerra na Síria resultou na morte de mais de 387 mil pessoas e deslocou milhões de sírios pelo mundo.