O presidente francês, Emmanuel Macron, e os primeiros-ministros do Reino Unido, Boris Johnson, e do Canadá, Justin Trudeau, foram flagrados por uma câmera indiscreta durante a recepção no Palácio de Buckingham.
O diálogo parece tratar do presidente norte-americano Donald Trump. Johnson pergunta a Macron: "Foi por isso que ele se atrasou?", ao que Trudeau comenta: "Ele se atrasou porque fica 40 minutos em coletiva de imprensa."
Donald Trump é famoso por conduzir coletivas de imprensa bastante longas, e nesta terça-feira (3) ficou mais de 50 minutos reunido com repórteres.
Trudeau segue o diálogo: "É verdade, ele anunciou que...", quando é interrompido por Macron, que fala com entusiasmo ao grupo, de costas para a câmera, com palavras inaudíveis.
O diálogo acalorado do grupo atraiu o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, e a princesa Anne para a roda de conversa, que ouve Justin Trudeau: "Só dava para ver a equipe dele de queixo caído", gesticula.
O vídeo foi originalmente postado pela Sputnik International em sua página no Youtube. Mais tarde, o canal canadense CBC publicou versão editada das conversas.
As imagens foram publicadas em um momento de exposição de divergências internas na OTAN. Mais cedo, Emmanuel Macron havia acusado a Turquia de operar em conjunto com o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e demais países) na Síria.
Donald Trump, por sua vez, havia classificado a declaração de Macron sobre "morte cerebral" da organização de "sórdida" e "muito ofensiva", acrescentando que não ficaria surpreso se a França “se retirasse” da OTAN.
Reação de Trump
Após a divulgação do vídeo, o presidente dos EUA, Donald Trump, chamou o primeiro-ministro canadense de "duas caras".
"Bem, ele é duas caras", declarou o presidente Trump, que também sugeriu que a postura de Trudeau poderia estar ligada ao pedido dos EUA para que o Canadá aumentasse seus gastos com defesa.
"Honestamente, eu acho Trudeau um cara legal, mas a verdade é que eu chamei a atenção dele pelo fato de ele não estar pagando 2% e eu acho que ele não está muito feliz com isso", declarou, referindo-se à meta de 2% do PIB em gastos militares estabelecida pela OTAN aos seus membros.
"Olhe, eu estou representando os EUA, e ele deveria estar pagando mais do que está e ele entende isso", concluiu.
Donald Trump cancelou uma coletiva de imprensa que faria após a conferência de líderes da OTAN, alegando já ter conduzido conferências "o suficiente" e decidiu antecipar a sua volta a Washington.
Na terça-feira (3) à noite, a rainha Elisabeth II recebeu os líderes da aliança militar no Palácio de Buckingham por ocasião da comemoração dos 70 anos da aliança.
Na quarta-feira (4), os líderes devem se reunir para reuniões de trabalho que tratarão de temas como gastos militares, China, segurança cibernética e a presença da OTAN no espaço.