A Sputnik Mundo consultou Andrei Shestakov, chefe do laboratório de biotecnologia microbiana da Universidade Estatal de Moscou, para saber se é possível usar bactérias para fins militares.
Pesquisadores do Exército dos EUA pretendem levar organismos sintéticos para fora do laboratório e para o campo para obter novas reações úteis de organismos abundantes e encontrar novas técnicas em nanoescala para configurar essas reações moleculares.
No entanto, Shestakov assegura que não é fácil usar bactérias modificadas em um ambiente natural.
"Organismos geneticamente modificados não são estáveis no sistema ambiental natural. Podemos cultivar esse tipo de micro-organismos em sistemas fechados, onde eles não têm competição, mas no ambiente natural eles competem com outros elementos do ecossistema e podem não durar muito tempo lá", comentou.
O especialista explicou que, no caso das plantas modificadas, acontece o mesmo: para seu crescimento deve haver uma reposição constante de sementes.
"Além disso, se falamos do campo militar, não acredito que desenvolvimentos sérios e reais sejam de livre acesso para a mídia", acrescentou o cientista.
Segundo Shestakov, para excluir ou confirmar a possibilidade do uso de bactérias para detectar submarinos, é necessário estudar mais a fundo as sugestões dos pesquisadores norte-americanos. Entretanto, a informação disponível na mídia sobre isso "parece pouco confiável".